Por Yago Morgan
O mundo acordou em crise com uma das maiores, senão a maior, falha cibernética que se tem notícia. Companhias aéreas, instituições financeiras e emissoras de televisão ao redor do mundo enfrentam instabilidades em seus serviços devido a uma falha em um provedor de serviços de cibersegurança.
De uma maneira simplória, essas empresas afetadas utilizam serviços de empresas terceiras para complementar seus sistemas e aplicações. É como um carro, onde diversas peças se encaixam durante a fabricação, e nem todas as peças são produzidas pelo mesmo fabricante.
Durante a atualização de um sistema desse provedor de cibersegurança, acabou por desencadear uma falha em diversos outros sistemas que estavam conectados neste. Continuando a analogia com a fabricação do carro, o fabricante de pneus fornece para a montada A e para montadora B, e eventuais problemas na fabricação desses pneus pode impactar as duas montadoras.
Embora não se trate de um caso comum, é uma ocorrência que serve de alerta a todas as nações de um modo geral. A digitalização dos serviços trás inúmeros benefícios, transformando a forma como trabalhamos, comunicamos e gerimos nossos negócios. Entretanto, toda essa transformação acarreta também uma série de riscos que não podem ser subestimados, senão fatalmente estaremos diante de severos prejuízos, como no caso vivenciado nesta sexta-feira (19). Ainda é precoce afirmar a causa raiz que levou à crise, mas é evidente que o mau gerenciamento dos riscos contribuiu para o resultado catastrófico.
Yago Morgan é advogado, especialista em segurança e proteção de dados.
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