Prefeito Duarte Nogueira quer retirar Arquivo Histórico da cidade que tem mais de 100 anos e reúne documentos riquíssimos e únicos , das mãos da Secretaria da Cultura e transpo-los para a Secretaria da Administração, ignorando todo o legado civilizatório do município. Atitude do prefeito Duarte Nogueira não coaduna com os princpios de urbanidade e respeito ao patrimônio público, colocando em risco a memória da cidade. Comportamento adotado não coaduna com seu compromisso de campanha de preservar o passado do povo ribeirão-pretano. É uma ofensa à moralidade cívico-cultural e histórico-patrimonial. Leia o Manifesto das entidades respeitadas e que de fato zelam e respeitam o passado.
Ribeirão Preto, 22 de abril de 2021
Carta Aberta
Campanha Arquivo Histórico “Fica na Cultura”
A recente Reforma Administrativa encaminhada pelo Prefeito Duarte Nogueira não cita, detalha, prevê ou esclarece a salvaguarda e acesso público ao Arquivo Público e Histórico de Ribeirão Preto. E ainda transfere o Arquivo da Secretaria de Cultura e Turismo para a Secretaria de Administração, sem qualquer detalhamento de atribuições e cuidados.
Os documentos sob a guarda do Arquivo Histórico datam de 1860 a 1980 e são a memória da cidade de Ribeirão Preto. São processos, inventários do século 19, relações de escravos, projetos arquitetônicos de prédios da cidade de 1911 até 1986, relatórios da Câmara, Intendência e Prefeitura, mais de 15 mil fotografias antigas, coleções de jornais A Cidade, Diário da Manhã, O Diário, Diário de Notícias, Folha de São Paulo, processos trabalhistas desde 1956, entre outros. A grande maioria dos documentos existe somente em versão original, não podendo ser acessado em nenhum outro lugar, a não ser no Arquivo Histórico de Ribeirão Preto.
Dada a grande importância destes documentos para a História de Ribeirão Preto, este acervo foi tombado (Processo 02 2010 053954 4 – Lei n.º
8.445 de 20 de maio de 1.995 considera de valor histórico – Resolução nº 03/12 – DOM 16/03/12). Assim, quaisquer ações relacionadas ao
mesmo devem passar por parecer
técnico do CONPPAC (Conselho de Preservação do
Patrimônio) e do CMC (Conselho de Cultura).
Esse numeroso e importante acervo tem importância formativa e educacional para a elaboração de estudos acadêmicos (nas áreas de história, arquitetura, economia, direito, etc.), assim como subsidiam trabalhos escolares sobre a história de Ribeirão Preto para jovens estudantes e professores da rede municipal e estadual de ensino e escolas privadas. Além de guardar e preservar um patrimônio documental histórico, o arquivo público garante livre acesso a toda a população.
A pasta da Secretaria da Cultura, por meio da Divisão de Patrimônio Histórico se apresenta, no momento, como o setor com mais competência e afinidade para lidar com esse acervo. Em que pese a necessidade de melhoria das condições de guarda do acervo, qualificação de pessoal técnico (historiador e arquivista), projetos de digitalização do acervo, gestão e fluxo de documentos, entre tantas outras necessidades, a Secretaria da Cultura e Turismo pode dar início a projetos, estudos, e sempre com o apoio das demais Secretaria Municipais, executar estas ações.
Os documentos do Arquivo Histórico constituem um patrimônio documental que mantém viva a memória e história dos poderes públicos, dos empreendedores do campo e da cidade, dos grupos e movimentos sociais, as empresas, instituições e famílias que construíram a história de Ribeirão Preto e região.
Assim, por meio desta Carta Aberta, solicitamos que o
Prefeito sancione as Emendas 124 e
125, para o Arquivo Histórico permanecer na pasta da Secretaria da Cultura
e Turismo.
Assinaturas:
Jonas Paschoalick, Vice-Presidente do Conselho Municipal de Cultura
Luciana Suarez Galvão, Professora Associada do Instituto de Estudos Brasileiros (IEB) da Universidade de São Paulo (USP-São Paulo)
Tania Cristina Registro, historiadora e pesquisadora, ex-funcionária do Arquivo Histórico
Felipe Gonçalves de Souza, historiador e Presidente da Associação Amigos do Arquivo
Déborah Cavalcante, fotógrafa, integrante do grupo Ribeirão Agora e fundadora do projeto O Centro é Legal
Leila Heck, especialização em Arquivos e Gestora do Museu da Cana Liamar I. Tuon, Mestre em História
Celso Aluisio Graminha, sócio fundador da Amigos do Arquivo José Antonio Lages, professor e historiador
Sandra Regina
Firmino Abdala, professora, educadora patrimonial, ex funcionária do Arquivo Público Histórico
Cláudio Henrique Bauso, arquiteto urbanista, Presidente do Conselho de Preservação do Patrimônio Cultural de Ribeirao Preto, CONPPAC/ RP e representante titular da Associação e Ambiental Tamburi
Flávio Racy, artista, produtor cultural e articulador de cultura Mandato Coletivo Todas as Vozes – PSOL
Maria Eugênia Ugucione Biffi, advogada, mestre em Políticas Públicas e presidente do Instituto Brasileiro de Desenvolvimento e Cooperação
Amir Abdala, filósofo, escritor e professor na Universidade Federal do Mato Grosso do Sul
Danilo Brich, geógrafo, mestre em arquitetura e urbanismo e professor da rede pública municipal
Rodrigo de Andrade Calsani, historiador e professor no Centro Universitário Barão de Mauá
Ricardo Morais Scatena, historiador e professor no Centro Universitário Barão de Mauá
Rafael Cardoso de Mello, historiador e professor no Centro Universitário Barão de Mauá
Yuri Araújo
Carvalho, historiador e professor no Centro Universitário Barão de Mauá
Heloisa Diniz Junqueira, Presidente da Associação de Amigos do MARP
Gabriel Ramos Azarias, arquiteto e urbanista, Secretário da Associação de Amigos do MARP
Camila Gomes Pepi Paulucci, arquiteta e Urbanista
Alice Registro Fonseca, arte educadora, Gestora Executiva do Museu Casa da Memória Italiana
Affonso Molezini Malagutti, artista e produtor cultural Ana Luisa Miranda, arquiteta e urbanista
Tatiana de Souza Gaspar, arquiteta e urbanista Heitor Kooji Mello Matsui, arquiteto e urbanista Débora Prado Zamboni, arquiteta e urbanista
Ana Teresa Cirigliano Villela, arquiteta e urbanista, Professora do Centro Universitário Barão de Mauá, doutoranda IAU-USP e integrante do Grupo Entre Tempos
Gustavo Nogueira Zeoti, arquiteto e urbanista, servidor público na PMRP, integrante do CONPPAC e do Grupo Entre Tempos
Projeto O Centro é Legal
Grupo Ribeirão Agora
Gustavo Henrique Gomes de Melo, estudante de arquitetura e urbanismo Coletivo Território em Rede
Felipe Malvassore, arquiteto e urbanista
Mariah Leandro Campos, gestora ambiental e integrante do Eco na Prática Fernando Gobbo Ferreira, arquiteto, professor e pesquisador
Larissa França Peres, arquiteta e pesquisadora
Juliana Garavazo, economista e Mestre em História Econômica pela FFCLH-USP
Renato Leite Marcondes, Professor Associado da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEARP) da Universidade de São Paulo (USP- Ribeirão)
Vera Helena
Miotto Barbieri, membro
da diretoria da AAMARP Maria Regina Filipin Luz, membro da
diretoria da AAMARP Regina de Fatima
Fonseca, membro da diretoria da AAMARP Yolanda Garcia Cipriano, membro da diretoria
da AAMARP
Weimar Marchesi Amorim, membro da diretoria da AAMARP Ong Vivacidade
Renata Prado, fotógrafa representante do Coletivo Fuligem de comunicação e arte
Nainora Maria Barbosa de Freitas Doutora em História, Professora Centro Universitário Barão de Mauá e do Centro de Estudos da Arquidiocese de Ribeirão Preto
José Faustino de Almeida Santos, historiador e professor no Centro Universitário Barão de Mauá
Liliane Cury Sobreira, pedagoga e professora no Centro Universitário Barão de Mauá
Erika Moretini, historiadora, arquivista, mestranda em Teoria e História (IAU- USP)
Eny Aliperti Ferreira, artista visual e membro da diretoria da AAMARP